domingo, 28 de junho de 2009

Ponto para o OpenOffice


Precisando consultar cotações históricas de ações de várias empresas para um artigo de faculdade, usei o Google Finance como fonte de consulta.
Clicando no link "download to spreadsheet" (baixar para planilha), o Google te envia um arquivo .csv, formato meio básico de planilha, que o Microsoft Office 2003 (detesto o 2007) abre mas não lê direitinho.
Como bom usuário de Linux e OpenOffice que sou, não tive problemas com isso. O software não apenas entende, como também te fornece opções de como ele deve interpretar os símbolos gráficos da planilha e te mostra um preview. Viva o software livre!
Entre OpenOffice e Microsoft Office a briga é feia, mas o pacote de programas de escritório que custa caro ganha de longe... em popularidade.
Quem só conhece o Microsoft, saiba que o OpenOffice é grátis, nunca será pago, é utilizado no mundo inteiro, também está em português e tem versões Linux, Windows, Mac e Solaris. A instalação custa apenas três cliques.
Conheça o OpenOffice baixando apenas 125 MB AQUI.

domingo, 21 de junho de 2009

Esses norte-americanos...


Ontem fui a um supermercado da rede Bompreço, fazer compras triviais. Deparei-me com um forno microondas que custava apenas R$ 168,00! A marca (marca?) era "Gourmet-Wave". Caramba, que barato! Como pode, se até então o mais barato que eu tinha visto custava R$ 260,00? Comecei a observar detalhes.
O microondas era analógico, os botões era giratórios do tipo knob e as opções eram impressas no corpo do aparelho em português. Também me pareceu claro que o aparelho foi comprado "genérico" e alguém imprimiu aquela marca "Gourmet-Wave" ali.

"Não é possível", pensei comigo mesmo. "Esse aparelho precisa ser fabricado na China"! Retirei o aparelho da prateleira para procurar o famigerado "Made in China" e não encontrei.

Bom, eu precisava de um forno microondas e adoro comprar coisas a preço de banana. Levei o aparelho e eis que, quando estava no caixa pagando meu microondas de R$ 168,00, lá estava estampado na caixa, perto do código de barras, MADE IN CHINA. Pronto, agora eu estava satisfeito. Não pelo fato do meu microondas de R$ 168,00 ser Xing Ling, mas sim pela minha dedução da procedência chinesa do aparelho estar correta.

Vamos ao objetivo deste meu post. Quero mostrar só mais uma evidência de que, mesmo em tempos de crise, os empresários, sobretudo os norte-americanos, não estão nem aí para o desemprego no seus próprios países. Digo isso porque a rede Bompreço, dona de 132 lojas da Bahia até o Piauí, pertence desde 2005 ao Walmart (ou Wal Mart), dono da maior receita de vendas do mundo em 2008. Quem acessar hoje o site do Bompreço será redirecionado para o Walmart Brasil.

Basta estarmos medianamente a par das atualidades para sabermos que a crise financeira demitiu e ainda demite milhares de norte-americanos. O desemprego é causado principalmente pela falta de consumo de bens duráveis (móveis, imóveis, automóveis, etc) e supérfluos (máquinas de lavar roupas, aspiradores de pó e... microondas!!!).

Diante da crise, todas as grandes economias se retraíram ou tiveram crescimentos desprezíveis, com exceção da China. Esta conseguiu apenas ter uma pequena desaceleração no crescimento, por ser a grande zona industrial do mundo. Para quem não sabe, a China fabrica todas as lentes comerciais (de câmeras, telescópios, etc) do mundo e a dupla China-Coréia do Sul fabrica todos os monitores LCD do mundo. Os chineses conseguem esse alto índice de crescimento industrial devido a dois fatores principais: uma rede invejável de logística perto do litoral (ferroviária e rodoviária, além dos grandes portos) e salários intrigantemente baixos para os seus trabalhadores.

Empresas dos países mais ricos e desenvolvidos não têm condições de competir com os chineses e quebram mesmo, gerando desemprego. Os países impõem barreiras fiscais sobretaxando os produtos chineses, numa tentativa desesperada de segurar a represa com as mãos, mas eu comprei meu microondas Xing Ling por R$ 168,00! O modelo montado no Brasil mais barato custava R$ 260,00, mas o meu Xing Ling custou R$ 168,00!

Pois é, empresas norte-americanas deixam de investir na produção em seu país para comprar produtos Xing Ling e revender no mercado ocidental, contribuindo para as demissões em seu país. Essa é a mensagem que resume tudo o que escrevi.

Quero deixar claro que não sou contra a liberdade de mercado. Inclusive compro muitas coisas Xing Ling, como celulares e microondas de R$ 168,00, porque não sou rico e vejo nos produtos Xing Ling a oportunidade de ter bens supérfluos que eu só teria com grande esforço financeiro se dependesse das grandes corporações ocidentais; ou teria que me contentar com as esmolas de tecnologia. Sim, fabricantes de celulares com tecnologia de ponta fabricam modelos superlimitados para o mercado latino.

Fecho meu post deixando uma pergunta:

  • O Walmart, de acordo com o explanado acima, pode alegar praticar responsabilidade social?